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Introdução

 

 

Com este trabalho, pretendeu-se testar a possibilidade de utilizar corantes naturais, no caso frutas e legumes, como indicadores visuais de ácido-base.

O principal objetivo consistiu em mostrar que a química é parte integrante do quotidiano e que a experimentação pode ser efetuada a baixo custo e sem comprometer o equilíbrio ambiental.

Prepararam-se e testaram-se extratos naturais de beterraba, couve-roxa, amora e uva . Para o efeito, adicionou-se a solução aquosa de cada indicador a soluções preparadas em laboratório e, posteriormente, a produtos domésticos como iogurte, leite, vinagre, sal de cozinha, limpa fornos, lixívia, acetona, limpa vidros, sabonete.

Procurou-se dar destaque, neste trabalho concretamente, às antocianinas, corante natural que faz parte da composição das uvas (vitis vinífera) e é utilizado como aditivo alimentar.

As antocianinas, enquanto grupo de corantes alimentares naturais (E163) são solúveis em água. Apresentam predominantemente cores que vão do roxo ao azul, dependendo do pH. Estes aditivos alimentares podem obter-se a partir de vegetais e frutos comestíveis como mirtilos, amoras, framboesas, groselhas, morangos e uvas. No entanto, a principal fonte de antocianinas da indústria alimentar são os subprodutos do vinho tinto. Além das antocianinas os extratos podem conter açúcares, ácidos orgânicos (como o ácido tartárico das uvas), minerais e outras substâncias de ocorrência natural nos frutos e vegetais de onde são extraídos.

As antocianinas são substâncias relativamente instáveis com comportamento aceitável unicamente em meio ácido. Degradam-se mudando de cor com o armazenamento. Esta degradação é acelerada com a temperatura, a luz e pela presença de sulfitos e de ácido ascórbico.

Estes corantes podem ser utilizados na generalidade dos produtos alimentares, nomeadamente nos produtos láteos aromatizados, em gelados, nas compotas, doces e geleias, nos cereais de pequeno-almoço aromatizados com frutos, produtos de confeitaria, conservas de vegetais, conservas de peixe, em conservas de frutos vermelhos, em licores e outras bebidas alcoólicas. Ao ser ingeridos, são parcialmente destruídos pela flora intestinal. O que não for destruído será eliminado pela urina ou transformado pela bílis. Como efeitos secundários apenas são referidas algumas reações alérgicas.

As antocianinas são os pigmentos presentes nos vacúolos de plantas responsáveis por fantásticas exibições de vermelho e azul na natureza e por fabulosas alterações das cores das folhas de determinadas plantas no outono. Variando o padrão de substituição, os grupos R1 a R4 no esquema abaixo, tem-se as diferentes antocianinas naturais, em que R3 e R4 são muitas vezes açúcares, que por sua vez podem ser acilados.

 

 

 

 

 

 

 

 

Catião flavílio         fonte: (Barata & Nascimento)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desprotonação do Catião flavílio          fonte: (Silva P. F., Antocianinas, polifenóis e cancro, 2007)

 

 

Em tempos foram considerados um desperdício extravagante de recursos das plantas, que serviriam apenas para atrair insetos polinizadores, mas hoje em dia há evidências crescentes de que estes flavonoides desempenham um papel muito importante na fisiologia das plantas, nomeadamente são os seus protetores solares, que as protegem dos danos induzidos por excesso de radiação, nomeadamente no ultravioleta. Assim, a luz determina a acumulação de antocianinas essencialmente pela ativação dos fatores de transcrição que regulam a sua biossíntese.

O catião flavílio vermelho, AH+, participa em solução aquosa numa série de equilíbrios acoplados envolvendo uma hidratação inicial que produz o incolor hemiacetal, B, que tautomeriza em chalconas amarelo pálido. A desprotonação do catião produz a forma básica quinoidal, a forma A responsável pela cor azul.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Equilíbrios do catião flavílio em solução aquosa           fonte: (Barata & Nascimento)

 

 

 

Referências Bibliográficas 

 

 

 

 

 

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